domingo, 14 de março de 2010

Um Verdadeiro e Real Ato de Fé


Certa vez me deparei com uma cena inusitada a qual fiquei atônito e gostaria de compartilhá-lo, uma vez que o mesmo é verídico.

“Cheguei ao terminal atrasado. Rapidamente me dirigi a plataforma aonde pegaria o ônibus para a rodoviária. Era numa das maiores metrópoles do Brasil. Havia muitas pessoas no terminal. Dos ônibus saiam e entravam muitas pessoas. Parecia uma manada de bovinos entrando em um curral, atropelando-se uns aos outros, sem escrúpulos, sem respeito pelo semelhante e, infelizmente, se alguma pessoa almejasse ir para algum local da cidade embarcando naquele terminal – que penso não haver diferença para outros daquela cidade – teria de imitar os demais. Infelizmente, devido à presa e, para não perder o ônibus que teria de pegar na rodoviária para retornar a minha terra natal, tive que fazer o mesmo, pois se perdesse o ônibus perderia a passagem e, consequentemente, o dinheiro. Fui me espremendo, espremendo, pedindo licença, até que acabei entrando.

O percurso até a rodoviária demorou cerca de 50 minutos. De repente, depois de mais ou menos meia hora no trajeto, um jovem começou a passar mal. As pessoas ficaram assustadas, abriram espaço e alguém cedeu o lugar para que ele pudesse ser colocado sentado, porque não conseguia manter-se em pé. Uma mulher pegou seu telefone e lhe fez algumas perguntas, as quais ele sem forças para falar, respondeu apenas balançando a cabeça. Ela ligou para alguém, creio que, para a mãe do rapaz. Passou as coordenadas do fato e combinou de se encontrarem na rodoviária. Repentinamente, uma senhora simples, com aparência de crente, que estava sentada a uns três bancos atrás, quase do meu lado, se não fosse o corredor, tirou um lenço da sua bolsa – o qual naquele instante reconheci –, pois era um daqueles que o sr. (auto intitulado) apóstolo Valdomiro Santiago dá, ou melhor, vende aos seus fiéis, como se o mesmo contivera poderes mágicos pelo simples fato de, segundo ele, conter o seu suor –, levantou-se e caminhou em direção ao rapaz e entregou para uma das passageiras que estava próxima; disse para colocar sobre ele, ou, se ele tivesse forças era para segurá-lo e, que, com fé em Deus e em Jesus, ele haveria de chegar na rodoviária com vida e tudo correria bem. Depois desceu no próximo ponto, deixando seu amuleto para trás. Após alguns minutos chegamos na rodoviaria.”

Quero chamar a atenção para alguns fatos importantes que ocorreram neste relato. O primeiro é a respeito do ambiente e a influencia que o mesmo poderia exercer sobre as pessoas que ali se encontravam. O modo como as pessoas se comportavam, apertando-se umas nas outras e com muita pressa, podemos deduzir que a pressão deste jovem poderia ter baixado, fazendo com que o mesmo passasse mal. Fato provável. Vale lembrar que nos dias de hoje ainda poderiam outros fatores cooperarem para que isto ocorresse, tais como drogas, bebidas, depressão ou simplesmente stress.

O segundo foi a senhora que tomou a atitude de entregar a ele um lenço “ungido”. Porque demorou tanto tempo, sendo ela uma sabedora dos poderes mágicos contidos no objeto?

Quero deter-me apenas neste fato, aquele fica a quem da imaginação dos leitores. Caso as pessoas não estivessem informadas a respeito do fato de a igreja evangélica estar hoje retornando ao catolicismo, poderiam pensar que a tal senhora era devota de algum santo, ou freqüentadora de algum centro espírita. Porém, tal pensamento só seria possível se não estivesse escrito alguns dizeres que identificassem o tal lenço como vindo de uma igreja evangélica (ao menos clama para si tal título). Não quero generalizar, pois sei que existem – e graças a Deus, ainda, são a maioria –, igrejas evangélicas que até o presente momento ainda procuram guardar e sã doutrina. A Bíblia não ensina tal coisa, de maneira alguma. Fiquei muito triste por observar a atitude daquela senhora. Suponhamos que ela já era crente há algum tempo – é o que parecia ser –, qual seria a atitude correta a ser tomada? Creio que o modo correto que um crente deveria agir diante de um fato como esse, seria ir em direção ao rapaz, impor-lhe as mãos e pedir ao Pai em nome de Jesus Cristo, que o curasse, ou, que tivesse misericórdia, ou ainda, impondo-lhe as mãos ordenasse, também em nome de Jesus, que o mal saísse de sua vida e que ele fosse curado. Desse modo o Filho seria glorificado e por conseqüência o Pai, uma vez que o Pai é glorificado no Filho. Esses são modos que o Senhor Jesus nos ensinou a agir, deixando registrado na sua Palavra, a Bíblia Sagrada (Jo:14:13 e Mc:16:18c).

Os adeptos dessa crença, denominada de Movimento da Fé, que tem como uma das práticas, que vão contra preceitos bíblicos, a fé nos objetos. Eles argumentam que é necessário haver um ponto de contato, algo visível, para ajudar a fé das pessoas a se apoiar, isto é, se manifestar. Seria esse pensamento verdadeiro? Não! Por quê? Porque podemos deduzir que Deus não é soberano e precisa da ajuda do ser humano para agir, o que não é verdade, pois agindo Deus quem empedira (Is:43:13b)? Cremos que ninguém poderá impedir, mas também cremos que o Senhor quer que hajamos por fé, como está escrito em 2 Corintios 4:18a, “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem”, e logo mais a frente, em 2 Corintios 5:7, somos ensinados mais uma vez, “andamos por fé, e não por vista”, como poderemos atentar para as coisas que se vêem diante de poderosos ensinamentos como esses? A resposta é NÃO! Simplesmente não podemos atentar para as coisas que se vêem, ou seja, a fé em objetos, e ignorarmos os fatos que nos são apresentados. Através dessas passagens, vemos que a fé não está condicionada a objetos, pois somos exortados a confiar no invisível.

Vejamos também Hebreus 11:6, “sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”, ao lermos essa passagem atentamente observamos que Deus quer que tenhamos comunhão com Ele, isso fica claro quando atentamos para o verbo ‘aproximar’, que é uma ação de dirigir-se a algo ou alguém, chegar perto, estar perto, próximo. Esse ato depende de nós e nesse contexto não vem através de objetos, mas sim através de uma atitude para com Deus. Aproximar-se de Deus significa orar a Ele, pois só assim temos comunhão com Ele. Sabemos que a oração não é uma prática fácil e, que é preciso de disciplina e esforços diários e constantes. Se orar fosse fácil, muito crentes não cairiam tão facilmente, pois estariam em contato direto com seu General. O Senhor nos recomenda que oremos e vigiemos para não cairmos em tentação (Mt:26:41a)! Agora vem uma questão: O que é mais fácil, orar e assim aproximar-se de Deus, ou, depositar a nossa confiança e objetos? Eis aqui o perigo! A prática da fé nos objetos faz com que venhamos a negligenciar a pratica da oração, expressamente recomendada pelo Senhor. Por quê? Porque é muito mais fácil confiarmos nos objetos do que aproximar-nos de Deus em oração. Vemos aqui, mais uma tática do Diabo para nos afastar de Deus. Também vemos nessa passagem a essência da fé, que é a confiança em Deus, confiança essa que faz com que Ele se agrade de tal maneira que venha a nos abençoar, pois o significado da palavra ‘galardão’ é recompensa e o significado da palavra ‘fé’ é confiança, mas não uma confiança qualquer, muito menos uma confiança em algo material, mas sim, confiança na Palavra de Deus, pois é ela que, segundo ela mesma, produz fé, uma vez que está escrito em Romanos 10:17 que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Desse modo, ouvimos, somos fortalecidos na fé e praticamos. Assim nos achegamos a Deus com confiança, sabendo que ele existe e está pronto a nos ouvir! Gloria a Deus!

Pelos fatos expostos, a quais conclusões podemos chegar? Muitas, porém a central, que podemos destacar, é o fato de Satanás estar nos dias de hoje revivendo, dentro de algumas denominações (ditas) evangélicas, o que começou no séc. III d. C., quando um imperador romano decretou ser o cristianismo a religião oficial do império, desencadeando a maior sucessão de conversões já vista na história do cristianismo, mas que deturpou toda a doutrina de Cristo, trazendo para os cristãos elementos estranhos a genuína fé, a qual foi deturpada e apenas por um milagre de Deus, depois de muitos anos, foi restaurada (fatos esses comprovados pela história). De maneira sutil ele está adentrando as igrejas e quem não conhece seus ardis, e acima de tudo a Palavra de Deus, está sendo levado pela mesma conversa mole que um dia nossos pais foram levados, quando no Jardim do Éden, enganados, comeram do fruto proibido (Gn:3:4-6)!

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