segunda-feira, 15 de março de 2010

CONSIDERAÇÕES ÀCERCA DO BATISMO EM ÁGUAS



Caro irmão, agora que tu fazes parte da comunidade dos nascidos de novo, eis uma nova criatura, gerado pela Palavra de Deus, o qual se deu a si mesmo em remissão dos nossos pecados. Por isso cabe, neste momento, ter uma consciência pura para com Deus e para com os homens, consciência essa, que é renovada segundo a Sua Palavra! Vamos, então, esclarecer um dos pontos de suma importância para sua nova vida, o qual é o BATISMO, para que tenhais plena consciência a respeito do mesmo, segundo o que nos ensina o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, mediante a sua Poderosa, Viva e Eficaz Palavra (Hb:4:12)!
  • 1) O que significa o verbo batizar?
O verbo batizar vem do grego baptismo, que significa, no uso clássico, que é o mais comum, imergir ou submergir, inundar ou cobrir com água, molhar completamente ou umedecer, derramar sobre ou encharcar.
Passagens no NT (Novo Testamento) em que essa palavra é utilizada:
Mt:3:6 “E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.”
Mc:1:5 “E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.”
Mc:1:8a, 9 “Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; (...) E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado por João, no Jordão.”
At:8:38 “E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.”
As pessoas que iam ao encontro de João Batista no deserto, para, por ele, serem batizadas no rio Jordão, cremos que eram imergidas, ou seja, mergulhadas, pois achamos ser incabível o pensamento que eram batizadas com o derramamento de água na cabeça ou no corpo. Afinal, iriam entrar no rio para serem molhados apenas com um pouco de água sobre a cabeça? É algo praticamente inimaginável, mas quando imaginamos João mergulhando-as fica muito mais fácil!
  • 2) O que é o batismo?
Segundo a Bíblia, o batismo é uma ORDENANÇA, ou seja, uma ORDEM, a todos que desejam seguir Cristo, ou seja, todos os cristãos, como podemos observar, através da seguinte passagem, nas palavras de Jesus Cristo:
Mt:28:19a “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
  • 3) Quem pode ser batizado?
Em suma, todos os que crêem em Cristo como seu único e suficiente Salvador, que foram regenerados pela Palavra de Deus, ou seja, nasceram de novo segundo a Palavra de Deus, e se arrependeram de seus pecados. Esses preceitos são fundamentais para batizar uma pessoa. Vejamos o porque:
Mt:28:19 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Nesse texto podemos, facilmente, observar a seguinte ordem: primeiro o candidato ao batismo tem que ser um discípulo e, para que isso ocorra tem que nascer da Palavra de Deus, para então ser batizado. Vemos a mesma coisa neste outro texto: Mc:16:16a “Quem crer e for batizado será salvo.” O verbo “crer”, segundo o contexto bíblico, significa praticar os mandamentos do Senhor, ou seja, ser um praticante da Palavra e não apenas ouvinte (Tg:1:22, 23). Também vemos em Jo:8:31 e 32 Jesus exortar as pessoas que criam nele a serem praticantes da sua Palavra, pois só assim eles seriam seus discípulos, porque todo aquele que pratica a Palavra de Deus torna-se uma nova criatura, porque a Palavra é Poder (Rm:1:16). Por isso é que o Senhor, logo após ordenar “fazei discípulos”, também ordena em Mt:28:20a “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado”.
Outro preceito para a Salvação é o arrependimento, como podemos ver em Atos:2:38a “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados”. Quando uma pessoa crê em Cristo e começa a praticar a sua Palavra, ela começa a conscientizar-se de seus pecados e, através dessa conscientização, vem o arrependimento, pois a Palavra do Senhor é Espírito e Vida (Jo:6:63b), também é Viva e Eficaz, e penetra até a divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas (Hb:4:12).
  • 4) O batismo pode salvar?
Não, o batismo não pode salvar uma pessoa, porque o único que pode Salvar o ser humano é Jesus Cristo! Acabamos de ver, no tópico anterior, que “quem crer e for batizado será salvo” (Mc:16:16a). Observe a palavra “crer” e a expressão “for batizado”. Quem crer, terá, por alegria e desejo, vontade de obedecer o mandamento do Senhor, que é o batismo. Isso ocorre porque tal pessoa já é praticante da Palavra!
Em João 3:1-21 vemos Jesus instruir Nicodemos a respeito da Salvação. Vejamos o que o Senhor nos ensina:
Jo:3:5 “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Nascer da água e do Espírito tem o significado de nascer da Palavra, segundo o que a mesma nos ensina, como podemos observar em TG:1:18 onde lemos "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos como primícias das suas criaturas", e em 1Pe:1:23 que diz "Sendo de novo gerados, não pela semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre".
Ainda, no mesmo versículo, observamos que Jesus até aquele momento não havia ordenado aos seus discípulos a formula do batismo, o que veremos no próximo tópico, mas já disse que para o homem herdar o reino de Deus, ser salvo, tinha que nascer de novo. Isso prova que o batismo, definitivamente, não tem poder para Salvar o homem.
Continuando o assunto, em Jo:3:16 e 18 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Nesses versículos observamos uma condição imposta para a Salvação, a qual é CRER EM JESUS CRISTO!
Existe uma condição para ser Salvo, e está condição é crer em Jesus Cristo.
Existe um porém: Se uma pessoa tem tempo e oportunidade de ser batizada e acaba morrendo sem que isso ocorra, ela está condenada, como podemos observar em Mc:16:16a “quem crer e for batizado será salvo”! Que fique claro: isso só poderá ocorrer se ela teve tempo, mas não o fez!
Deus é paciente para conosco e, quer que todos se salvem, por isso dá tempo a humanidade, como está escrito em 2Pe:3:9b “o Senhor é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. Em Hb:3:7b, 8 “se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração”. Fica a advertência do Senhor, pois que, o tempo é hoje e a hora é agora!
  • 5) Existe uma formula “correta” para batizar?
Sim, existe. Sendo o batismo uma ordenança, devemos realizá-lo da maneira que Jesus ordenou em Mt:28:19b “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Essa é a formula pela qual devemos ser batizados.
Em At:2:38 “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados”, At:19:5 “E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.” Observamos que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus. Conforme observamos na cultura judaica, isso significa ser batizado da maneira que o Senhor ordenou, ou seja, em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Algumas denominações, por ignorarem a tradição Judaica, têm deixado de obedecer à ordem expressa do Cristo, batizando seus adeptos em nome do Senhor Jesus Cristo, ou em nome do Senhor Jesus, ou em nome de Jesus Cristo. Mas a ordem quanto ao batismo foi bem clara, não deixando dúvidas.
Uma questão de semântica, ou seja, de sentido, a respeito da língua portuguesa: Mt:28:19 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Detendo-se, ainda, por um instante, vemos que o verbo “ir” e “fazer” estão no imperativo, “ide” e “fazei”, o que demonstra uma ordem direta de uma pessoa para outra pessoa ou animal. Temos consciência que está ordem não foi dada a nenhum animal, mas dirigida aos apóstolos. Eles teriam que ir, pregar o evangelho e ensinar os convertidos a respeito de Cristo e sua Palavra, assim estariam fazendo discípulos. Tendo isso em mente, não precisamos omitir o pronome pessoal da primeira pessoa do singular “eu”, podendo perfeitamente dizer: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo”. O fato de omitir o sujeito, ou seja, o “eu”, não deixa de mostrar que é uma pessoa que está batizando, a única diferença é que se for omitida a palavra “eu”, o sujeito será oculto, mas o ato de batizar, ainda assim, será realizado por uma pessoa, o que, em ambos os casos, não invalida a fórmula ordenada pelo Senhor.
  • 6) Existe mais de um batismo?
Não. Existe apenas um batismo, aquele que o Senhor nos ordenou em sua Palavra.
Ef:4:5 “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo”.
Existem mais de um método de batismo, o batismo por imersão, que vemos no tópico 1, e o batismo por aspersão. Ambos são ministrados da maneira ordenada por Jesus, mas no método por aspersão ao invés do novo convertido ser mergulhado na água, ele é aspergido. Aspergir significa borrifar ou respingar.
Os irmãos presbiterianos são batizados dessa maneira, o que não os torna, em nada, inferiores aos que são batizados por imersão.
Por isso é que lemos em 1Co:12:13 “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.” Segundo a Bíblia Pentecostal de Estudo, “O batismo "em um Espírito" (...) Refere-se (...) ao ato do Espírito Santo batizar o crente no corpo de Cristo - a igreja, unindo-o a esse corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente "em Cristo" biblicamente” (p. 1755).
  • 7) Existe algo místico no batismo?
Misticismo é descrito como a união do homem com Deus ou deuses através de experiências espirituais. Sendo assim, o batismo não é místico, pois não tem um fim em si próprio. Não é o batismo que muda a pessoa, mas sim, como já vimos anteriormente, a Palavra de Deus.
Caso o batismo tivesse valor místico as pessoas batizadas, teriam suas vidas completamente transformadas, mas não é o que acontece. Pessoas que não nasceram de novo e se batizam, entram na água pecadores secos e saem pecadores molhados. Isso prova que o batismo não muda a pessoa, assim como também não Salva.
  • 8) Existe alguma simbologia no batismo?
Sim, o batismo é o simbolismo do sepultamento do velho homem, se é sepultamento, então, a pessoa já está morta para o mundo. Mediante este simbolismo, a pessoa se identifica com a morte e ressurreição de Cristo, vivendo em novidade de vida, como podemos observar em Rm:6:4-6 “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.”
  • 9) É correto o batismo de crianças?
Não, o batismo de crianças não é correto. Vemos Jesus declarando que das crianças é o Reino dos Céus em Mc:10:14 “Deixai vir os pequeninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus.” Aprendemos que qualquer criança quando morre vai direto para o Céu. Esse é um ensino fidedigno e dá a compreensão exata para todos os que o leem, não cabendo mais qualquer argumento. Vejamos os motivos: Primeiro, é notório que uma criança não tem poder de decisão, não tem malicia, é ingênua, não guarda magoas nem rancor, e, portanto o pecado ainda não se manifestou na vida dela. Segundo, uma vez que o batismo é para os discípulos, a criança não tem condições de ser discípula, a não ser quando crescer; por isso é que a Palavra de Deus exorta aos pais em Pv:22:6 “Instrui o menino no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. Terceiro, Jesus Salva pecadores arrependidos que creem nele, como uma criança não tem o pecado manifestado em sua vida, não necessita ser batizada. Quarto, em 1Co:7:14 vemos que os filhos são santificados pelos pais crentes, ainda que apenas um dos cônjuges seja crente.
Por isso as igrejas evangélicas não têm o costume de batizar crianças.
  • 10) O batismo é uma confissão de fé?
Sim, o batismo é uma confissão pública de fé (Mt:10:32) e, o ato pelo qual somos inseridos plenamente na comunidade dos santos, a igreja. Porém essa confissão não pode ser somente no dia do batismo, mas sim, para sempre, através da nossa maneira de viver, nosso testemunho pessoal ante o mundo perdido (Mt:5:16).
  • Conclusão:
Importa que os discípulos de Cristo cresçam na graça e no conhecimento (2Pe:3:18a), sendo transformados dia após dia, num ato continuo, na semelhança de Cristo (2Co:3:18).
Não somos perfeitos e nunca seremos, ao menos, enquanto estivermos neste tabernáculo de carne, mas virá o dia em que estaremos para sempre com o Senhor! Isso pode ocorrer de duas maneiras: A primeira é morrermos, deixando este tabernáculo de carne (2Co:5:1, Fp:1:21, 23). A segunda é o Senhor Jesus vir buscar a sua igreja na nossa geração, esse evento é descrito como o arrebatamento da igreja (1Ts:4:15-17)! Em ambos os casos somos abençoados pelo Senhor que nos Salvou, pois quem a ele se entregou não verá a morte, mas passou da morte para a Vida Eterna (Jo:5:24)!
Mas resta um último alerta: Não sabemos a hora em que uma dessas coisas poderá nos suceder, por isso vigiemos e oremos (Mt:26:41), para não sermos pegos de surpresa e, como as virgens imprudentes ficarmos envergonhados (Mt:25:1-13).
Lembre-se: o batismo marca o começo de uma longa caminhada. Abraão tinha 99 anos de idade e Deus ainda trabalhava na sua vida (Gn:17:1, 24)!
2Co:7:1 “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.”
Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
Referências:
Pfeiffer, C. F., Vos H. F., Rea, J. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2006.
Stamps, D. C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1. Ed. Estados Unidos: CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.
Almeida, J. F. A Bíblia Sagrada: Edição Revista e Atualizada. 1 Ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

domingo, 14 de março de 2010

Um Verdadeiro e Real Ato de Fé


Certa vez me deparei com uma cena inusitada a qual fiquei atônito e gostaria de compartilhá-lo, uma vez que o mesmo é verídico.

“Cheguei ao terminal atrasado. Rapidamente me dirigi a plataforma aonde pegaria o ônibus para a rodoviária. Era numa das maiores metrópoles do Brasil. Havia muitas pessoas no terminal. Dos ônibus saiam e entravam muitas pessoas. Parecia uma manada de bovinos entrando em um curral, atropelando-se uns aos outros, sem escrúpulos, sem respeito pelo semelhante e, infelizmente, se alguma pessoa almejasse ir para algum local da cidade embarcando naquele terminal – que penso não haver diferença para outros daquela cidade – teria de imitar os demais. Infelizmente, devido à presa e, para não perder o ônibus que teria de pegar na rodoviária para retornar a minha terra natal, tive que fazer o mesmo, pois se perdesse o ônibus perderia a passagem e, consequentemente, o dinheiro. Fui me espremendo, espremendo, pedindo licença, até que acabei entrando.

O percurso até a rodoviária demorou cerca de 50 minutos. De repente, depois de mais ou menos meia hora no trajeto, um jovem começou a passar mal. As pessoas ficaram assustadas, abriram espaço e alguém cedeu o lugar para que ele pudesse ser colocado sentado, porque não conseguia manter-se em pé. Uma mulher pegou seu telefone e lhe fez algumas perguntas, as quais ele sem forças para falar, respondeu apenas balançando a cabeça. Ela ligou para alguém, creio que, para a mãe do rapaz. Passou as coordenadas do fato e combinou de se encontrarem na rodoviária. Repentinamente, uma senhora simples, com aparência de crente, que estava sentada a uns três bancos atrás, quase do meu lado, se não fosse o corredor, tirou um lenço da sua bolsa – o qual naquele instante reconheci –, pois era um daqueles que o sr. (auto intitulado) apóstolo Valdomiro Santiago dá, ou melhor, vende aos seus fiéis, como se o mesmo contivera poderes mágicos pelo simples fato de, segundo ele, conter o seu suor –, levantou-se e caminhou em direção ao rapaz e entregou para uma das passageiras que estava próxima; disse para colocar sobre ele, ou, se ele tivesse forças era para segurá-lo e, que, com fé em Deus e em Jesus, ele haveria de chegar na rodoviária com vida e tudo correria bem. Depois desceu no próximo ponto, deixando seu amuleto para trás. Após alguns minutos chegamos na rodoviaria.”

Quero chamar a atenção para alguns fatos importantes que ocorreram neste relato. O primeiro é a respeito do ambiente e a influencia que o mesmo poderia exercer sobre as pessoas que ali se encontravam. O modo como as pessoas se comportavam, apertando-se umas nas outras e com muita pressa, podemos deduzir que a pressão deste jovem poderia ter baixado, fazendo com que o mesmo passasse mal. Fato provável. Vale lembrar que nos dias de hoje ainda poderiam outros fatores cooperarem para que isto ocorresse, tais como drogas, bebidas, depressão ou simplesmente stress.

O segundo foi a senhora que tomou a atitude de entregar a ele um lenço “ungido”. Porque demorou tanto tempo, sendo ela uma sabedora dos poderes mágicos contidos no objeto?

Quero deter-me apenas neste fato, aquele fica a quem da imaginação dos leitores. Caso as pessoas não estivessem informadas a respeito do fato de a igreja evangélica estar hoje retornando ao catolicismo, poderiam pensar que a tal senhora era devota de algum santo, ou freqüentadora de algum centro espírita. Porém, tal pensamento só seria possível se não estivesse escrito alguns dizeres que identificassem o tal lenço como vindo de uma igreja evangélica (ao menos clama para si tal título). Não quero generalizar, pois sei que existem – e graças a Deus, ainda, são a maioria –, igrejas evangélicas que até o presente momento ainda procuram guardar e sã doutrina. A Bíblia não ensina tal coisa, de maneira alguma. Fiquei muito triste por observar a atitude daquela senhora. Suponhamos que ela já era crente há algum tempo – é o que parecia ser –, qual seria a atitude correta a ser tomada? Creio que o modo correto que um crente deveria agir diante de um fato como esse, seria ir em direção ao rapaz, impor-lhe as mãos e pedir ao Pai em nome de Jesus Cristo, que o curasse, ou, que tivesse misericórdia, ou ainda, impondo-lhe as mãos ordenasse, também em nome de Jesus, que o mal saísse de sua vida e que ele fosse curado. Desse modo o Filho seria glorificado e por conseqüência o Pai, uma vez que o Pai é glorificado no Filho. Esses são modos que o Senhor Jesus nos ensinou a agir, deixando registrado na sua Palavra, a Bíblia Sagrada (Jo:14:13 e Mc:16:18c).

Os adeptos dessa crença, denominada de Movimento da Fé, que tem como uma das práticas, que vão contra preceitos bíblicos, a fé nos objetos. Eles argumentam que é necessário haver um ponto de contato, algo visível, para ajudar a fé das pessoas a se apoiar, isto é, se manifestar. Seria esse pensamento verdadeiro? Não! Por quê? Porque podemos deduzir que Deus não é soberano e precisa da ajuda do ser humano para agir, o que não é verdade, pois agindo Deus quem empedira (Is:43:13b)? Cremos que ninguém poderá impedir, mas também cremos que o Senhor quer que hajamos por fé, como está escrito em 2 Corintios 4:18a, “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem”, e logo mais a frente, em 2 Corintios 5:7, somos ensinados mais uma vez, “andamos por fé, e não por vista”, como poderemos atentar para as coisas que se vêem diante de poderosos ensinamentos como esses? A resposta é NÃO! Simplesmente não podemos atentar para as coisas que se vêem, ou seja, a fé em objetos, e ignorarmos os fatos que nos são apresentados. Através dessas passagens, vemos que a fé não está condicionada a objetos, pois somos exortados a confiar no invisível.

Vejamos também Hebreus 11:6, “sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”, ao lermos essa passagem atentamente observamos que Deus quer que tenhamos comunhão com Ele, isso fica claro quando atentamos para o verbo ‘aproximar’, que é uma ação de dirigir-se a algo ou alguém, chegar perto, estar perto, próximo. Esse ato depende de nós e nesse contexto não vem através de objetos, mas sim através de uma atitude para com Deus. Aproximar-se de Deus significa orar a Ele, pois só assim temos comunhão com Ele. Sabemos que a oração não é uma prática fácil e, que é preciso de disciplina e esforços diários e constantes. Se orar fosse fácil, muito crentes não cairiam tão facilmente, pois estariam em contato direto com seu General. O Senhor nos recomenda que oremos e vigiemos para não cairmos em tentação (Mt:26:41a)! Agora vem uma questão: O que é mais fácil, orar e assim aproximar-se de Deus, ou, depositar a nossa confiança e objetos? Eis aqui o perigo! A prática da fé nos objetos faz com que venhamos a negligenciar a pratica da oração, expressamente recomendada pelo Senhor. Por quê? Porque é muito mais fácil confiarmos nos objetos do que aproximar-nos de Deus em oração. Vemos aqui, mais uma tática do Diabo para nos afastar de Deus. Também vemos nessa passagem a essência da fé, que é a confiança em Deus, confiança essa que faz com que Ele se agrade de tal maneira que venha a nos abençoar, pois o significado da palavra ‘galardão’ é recompensa e o significado da palavra ‘fé’ é confiança, mas não uma confiança qualquer, muito menos uma confiança em algo material, mas sim, confiança na Palavra de Deus, pois é ela que, segundo ela mesma, produz fé, uma vez que está escrito em Romanos 10:17 que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Desse modo, ouvimos, somos fortalecidos na fé e praticamos. Assim nos achegamos a Deus com confiança, sabendo que ele existe e está pronto a nos ouvir! Gloria a Deus!

Pelos fatos expostos, a quais conclusões podemos chegar? Muitas, porém a central, que podemos destacar, é o fato de Satanás estar nos dias de hoje revivendo, dentro de algumas denominações (ditas) evangélicas, o que começou no séc. III d. C., quando um imperador romano decretou ser o cristianismo a religião oficial do império, desencadeando a maior sucessão de conversões já vista na história do cristianismo, mas que deturpou toda a doutrina de Cristo, trazendo para os cristãos elementos estranhos a genuína fé, a qual foi deturpada e apenas por um milagre de Deus, depois de muitos anos, foi restaurada (fatos esses comprovados pela história). De maneira sutil ele está adentrando as igrejas e quem não conhece seus ardis, e acima de tudo a Palavra de Deus, está sendo levado pela mesma conversa mole que um dia nossos pais foram levados, quando no Jardim do Éden, enganados, comeram do fruto proibido (Gn:3:4-6)!